domingo, 28 de fevereiro de 2010

Um brinde as longas e preciosas amizades.

Estar entre pessoas realmente amigas me faz pensar que carrego comigo pedras preciosas. Não nos viámos todos juntos há algum tempo. Alguns faziam anos, mas não senti o distanciamento desse tempo, pareceu-me um dia desses que vi o Bitú. Acredito que este sentimento é fruto de amor e respeito cultivados um pelo outro nesses longos anos. Segem mais de vinte anos de amizade, cumplicidade e sei bem o quanto isso vale para cada um de nós. Hoje sem nenhum planejamento prévio nos reencontramos, quatro de nós foram os primeiros, começamos como simples colegas no colegial, depois, aos pouco fomos nos tornando amigos. Faziámos diversas coisas juntos: estudávamos, iámos ao cinema, festinhas, barzinhos e viajávamos sempre que surgia um boa oportunidade, Praia da baleia, fazenda em Jaguaribe, Exposição do Crato, casa da Manô no Juá, Festa do Chitão no Cedro, Carnaval no Icaraí e em Paracurú, Casa da Tia Cecília no Mulungú e outras tantas que nem me cabem na memória. Ao longo desses anos a turma foi se ampliando e passamos a ser amigos também dos pais, dos irmãos, dos tios, dos primos e dos amigos dos amigos de cada um.
Andrea, Alexandre e Manô, valeu muito a pena nos encontrarmos em 1987, anos em que tudo começou.
Uma pequena observação: a Andrea conheci em 1986 no IBEU.
Vale ressaltar que a amizade de Manô e Alexandre transformou-se numa bela história de amor que resultou em casamento.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sobre sonhos.

"Mesmo que por pouco tempo, foi real. Não se pode apagar um sonho que aconteceu. E esse sonho não aconteceu no começo nem no final, mas enquanto acontecia. Durante a travessia." Edmar Oliveira (psiquiatra e escritor de "Ouvindo Vozes: histórias do hospício e lendas dos encantado")

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Não pense muito, mexa-se!

Se o desejo é maior, esqueça-se do medo.
Siga em direção a seus sonhos, não há caminho sem risco, portanto, mexa-se, levante-se e vá buscar o que mais suplica seu coração. Lembre-se: amanhã pode ser tarde de mais.

Divagações I

Pensando bem, gosto de conversar.
Falar assunto sério,filosofias ou somplesmente abobrinhas, não importa se é sobre o tempo, o trânsito, o livro que se está lendo, o filme tal, a música, a poesia, o autor, a última notícia dos jornais, a gafe hilária, o rapaz bonito, a velha chata, o F.D.P da vez,..., etc.
Não importa o tema, o assunto, contanto que seja feito em ótima companhia. Se não for uma boa companhia, melhor os momentos de uma "solidão disfarçada", aquela em que a melhor compahia são meus botões.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ANOS DOURADOS - CHICO BUARQUE & TOM JOBIM.

Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões
No gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais
Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
E desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

AMO VOCÊS

Quero declarar meu amor às queridas amigas: Adele, Adri, Marilinha e Soninha. Em nosso recente encontro, retorno da Soninha para Angola, infelizmente a Adele não pôde comparecer (ossos dos inúmeros ofícios a que nos dedicamos por dom e por amor), mas foi lembrada e agraciada com uma linda lembrança angolana.
Sempre que possível nos encontramos só por saudade e compatilharmos nossas vidas em conversas sobre as novidades, a última viagem, a gracinha de um filho, a dor, a paixão, o amor, a família, enfim, tudo vira partilha nessas poucas horas que passam muito muito rápido. É tão bom, às vezes me pego lembrando e dou risada, todas falando ao mesmo tempo, dando guardalhadas e ouvindo a Marilinha dizendo: Gente, pelo amor de Deus, não contem a ninguém!!! Ela sempre pede isso!!! kkk...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DE VOLTA

As vezes é necessário nos ausentar uns dias do nosso cantinho, de nossa "vidinha cotidiana" para podermos reavaliar o que estamos verdadeiramente fazendo com eles, qual nosso propósito. Faço isso sempre que posso. Nessa última saída da órbita, viajei sem pressa, sem horários definidos e sem muitos planos, a não ser o horário e o dia da volta minha família, meus amigos, minha cidade, minha casa, meu quarto, meus trabalhos, minhas coisas, meus livros e etc.
Avaliação do momento: Acredito que estou no caminho certo!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O tempo do Alê

Hoje de manhã meu sobrinho de quatro aninhos me perguntou:
- Madrinha, quando você vai voltar para sua casa lá em Fortaleza?
- Depois de amanhã, meu amor.
- Ahhh... que triste, não gostei disso (fez cara de choro).
- Mas, veja, tenhos hoje e amanhã o dia todo juntos.
- Ufa!!! Então ainda tem um montão de tempo, né???

À MEU MELHOR AMIGO

Encontrei essa carta escrita há algum tempo atrás na última gaveta do criado mudo, estava em meio a outros papéis, até um pouco amassada. Não lembrava mais dela, mas ao relê-la voltei a sentir e compreender o que me impulsionou a escrevê-la naquele momento de minha vida. A carta estava endereçada a meu melhor amigo, mas nunca tive coragem de entregá-la, não sei como reagiria, na realidade nem sei mesmo se era essa aminha intensão, pois pensando bem era uma forma de resignificar toda uma história de duas pessoas que se gostavam muito, que compartilhavam algumas ideias sobre a vida, a família, o amor, o trabalho e principalmente sobre o respeito ao próximo. Nos conhecemos há bastante tempo e a distância não nos impediu de nos aproximar mais e mais ao longo dos anos. Minha admiração por ele é imensa, conheço seus defeitos, de suas teimosias e deus conflitos com essa "vida louca"  que nos apronta sem aviso prévio o próximo golpe (assim como eu)  mas nada disso muda o amor que tenho por ele. Sei que ele vai ler isso e é bom que ele saiba mesmo que é muito especial para mim. A vida passa rápido de mais e a gente acaba se esquecendo de dizer coisas essenciais a quem amamos.
Caro amigo, você é e sempre será  meu anjo da quarda e meu colinho predileto. Obrigada por estar na minha vida. Te amo e estarei sempre torcendo por você, esteja onde estiver, temos laços que jamais nos fará nos distanciar.

AMOR SEM ESCALAS

Minha intensão era assistir ao sempre LOTADO "Avatar", e mais uma vez não deu certo, optei então por assistir ao filme que estava a minha disposição naquela tarde quente e chuvosa. Comprei um bilhete para o Amor sem escalas (Esse trocadilho é engraçado!). No primeiro momento, pensei que se tratasse apenas mais uma comédia romântica, também com esse título??? rs. Nada disso, o filme é fantático, a fotografia espetacular, a atuação do George Clooney simplesmente impecável (o homem é igual a vinho), o final surpreendente e na realidade um bom final, por que na vida real as coisas não saem como planejammos e não há tantos finais felizes assim. Não quero contar mais nada sobre o filme, apenas indicar um embarque para o Amor sem escalas. Tirem suas proprias conclusões.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Alguma coisa acontece em meu coração (...)" Caetano tem razão.

Hoje mantenho uma relação tranquila com a cidade de São Paulo. A primeira vez que estive por aqui ainda era uma adolescente, numa viagem muito rápida, onde não deu para conhecer quase nada, na ocasião não vi nenhuma coisa de espetacular além de muitos shoping centers, o parque do Ibirapuera, o Instituto Butantã, o Zoológico do Estado, e uma imensidão de arranha-céus a perder de vista. Dez anos mais tarde voltei à Sampa para o casamento de meu irmão, mas o impacto foi de outra ordem, conheci pessoas bacanas, estabeleci relações que duram até hoje, mas a cidade ainda era uma incógnita, nem cogitava lançar uma opinião sobre se seria bom viver numa cidade radicalmente diferente da minha Fortaleza.  Não imaginava que dois anos depois eu iria me estabelecer para iniciar uma carreira academica. Puxa!!! O ano de 2008, não foi nada fácil, tive inúmeras experiências que marcaram visceralmente minha vida e fizeram de mim uma outra pessoa. É impressionante como em um ano, a experiência em outro lugar, outra cultura, com pessoas completamente habituadas a outro modo de vida, mesmo que seja no mesmo país, possa transformar a vida de uma pessoa num giro de 180º. Posso dizer que existe uma outra pessoa depois desse momento em que vivi, e sobrevivi em São Paulo. Por conta de inúmeras experinêcias boas e muitas ou não boas e até decepcionantes, passei um longo período de mal com São Paulo. Asssim como na música de Caetano, entendo que "(...) quando eu cheguei por aqui eu nada entendi", sofri de solidão, aprendi a me virar sozinha, mas me deixei levar de mais pela dureza de morar sozinha, de acreditar que venceria a batalha, arrumaria um bom emprego, passaria num concurso, superaria minhas dificulades e realizaria alguns de meus projetos  tão sonhados, sem beber da fonte de minha terra, de meus amigos e familiares.
Passados mais de dez anos desta rico período, superei tudo isso, conquistei meus projetos, mas em minha terra natal. É evidente que levei um bom tempo para elaborar o que realmente eu vim buscar por aqui, eu vim buscar a mim mesma, vim buscar no desconhecido minha força para viver além do horizonte, mesmo sem realizar os tão almejados sonhos. Hoje posso dizer sem demagogia e de alma lavada: Amo a cidade de São Paulo, seu cosmopolitanismo (se essa palavra realmente existe!), seu modo democrático de aceitar os mais diferentes estilos de ser de cada um de seus habitantes, sejam de descendência nordestina, sulista, japoneza, israelita, grega,  indiana ou alemã. Não por acaso, venho muito à São Paulo, gosto do inverno daqui, das livrarias, dos Sebos, dos cafés, das das exposições de arte, do teatro, dos barzinhos bacaninhas, dos passeios ao centro antigo e das minhas loucas compras na 25 de Março. Além disso, tenho profundos laços afetivos, preciosos para  mim, nela reside parte de minha família, mais uma justificativa para gostar de estar aqui sempre que posso.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dica de Leitura.

Estava em sua casa mais uma vez, há quanto tempo não o via, queria falar amenidades, contar as novidades de nossa terrinha, da família, coisas que parecem não ser bem transmitidas por interurbano, foi quando mostrei o livro " Ouvindo Vozes" que ando lendo e me deliciando naqueles últimos dias. Ele o pegou, passou os olhos com certo desdém, calou-se por um momento e no meio de outra conversa me perguntou ironicamente "...  e você está mesmo??? kkk...
Mas... falando sério, esse livro é imperdível, indico à todos, principalmente para quem trabalha na área psi e com saúde mental.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Ela estava onde queria.

Ela sentiu um certo estranhamento por realmente estar onde queria. Depois de tantos projetos não concluídos,  mudanças de planos provocados pelo próprio destino, ela finalmente realizara o desejo de estar ali.
Isso a fez pensar que mesmo após algumas desilusões, o melhor a fazer é continuar acreditando. O estranhamento não durou mais que vinte minutos, o suficiente para rever algumas passagens da vida recente e agradecer à Deus simplemente por está ali.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quando A Gente Ama (Oswaldo Montenegro)

Quem vai dizer ao coração,
Que a paixão não é loucura
Mesmo que pareça
Insano acreditar
Me apaixonei por um olhar
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar
Meu amor,a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar
Quando a gente ama,
Simplesmente ama
É impossível explicar
Quando a gente ama
Simplesmente ama!

Ciranda da bailarina (EduLobo & Chico Buarque)

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga,
tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem
um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem,
todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem



DESEJOS de Carlos Drummond de Andrade

Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

TAMBÉM QUERO UM AMOR FEINHO

AMOR FEINHO - Adélia Prado
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Saúde Mental: é a nova!!!

Trabalho com gente há bastanete tempo e meu foco sempre foi o "sujeito do incosnciente", aquele que habita por trás dos sintomas que tanto afetam a vida da pessoa de modo incomodo e dessestabilizante. Meu trabalho com gente tem se desenvolvido em diferentes áreas de atuação da Psicologia, além da clínica consultório, em projetos sociais, escolas especiais, hospital infantil e hospital mental. Minha formação e atuação são demandados pela psicologia, mas minha escuta e minha compreensão da constituição do sujeito e suas estruturas sempre são fundamentadas na Psicanálise de Freud e Lacan.
Nesses lugares em que atuei até hoje, aprendi muito com meus supervisores, colegas, mas principalmente e indiscutivelmente com meus pacientes.
Essa historinha toda é para contar que sempre penso bastante sobre a questão do trabalho com a Saúde Mental. A partir de Freud as coisas mudam de lugar (ou viram do avesso), nele descobrimos que essa tal de "saúde mental" é algo da instância do impossível para qualquer pessoa, pois a normalidade é ilusória, não existe.
Em aulas sobre Introdução à Psicanálise para alunos de Pós-Graduação em Educação e Psicopedagogia que vez por outra conduzo, vejo a perplexidade nos rostos de meus alunos ao me ouvirem pronunciar algumas noções básicas sobre a teoria do inconsciente e da sexualidade infantil.
Em 1919, Freud escreve sobre as contribuições que a Psicanálise poderia trazer aos cursos universitários, pricipalmente para a Medicina e a Psiquiatria, que segundo ele, necessitavam de um bom referencial psicológico sobre a dinâmica do funcionamneto psíquico, de modo que um clínico viesse indentificar o que é da ordem do orgânico e do psíquico. Na época, essas ideias não foram bem aceitas, o meio científico não conseguia digerir algo não explicável a nível consciente, do que não pode ser ferifiável pela razão. Noventa anos se passaram e contunuamos não querendo saber muito sobre o insconsciente, estamos sempre precionados culturalmente a procurar por sintomas, enquadrar a sintomatologia em doença e em eliminá-los por meio de remédios ou exclusão social, como ocorre em caso de surto psicótico. 

domingo, 7 de fevereiro de 2010

UM POUCO SOBRE O INÍCIO

Sempre fui encantada por crianças, poderia descrever inúmeros motivos que me levam a ser assim com elas, mas seria cansativo  para qualquer ouvinte. Quando me graduei em Psicologia ainda não tinha essa certeza de que realmente desejava trabalhar com crianças, mesmo já tendo iniciado essa experiência nos inúmeros estágios que fiz na área escolar (em escola regular e especial), além exercido através da Clínica-Escola. Após me formar psicóloga, fui morar fora e embarquei num projeto mais acadêmico, fui fazer especialização e pensava seguir funturamente com um mestrado e, quem sabe até doutorado, em Psicanálise. Essa certeza eu já tinha em mim, Psicanálise foi paixão à primeira vista. Mas... voltando ao tema de minha assunto e também de volta à minha terra, com nenhum daqueles planos acadêmicoc concretizados, fui convidada por uma amiga a participar de uma selação para trabalhar voluntariamente no HIAS com crianças com câncer. A carga horária era extensa, mas o trabalho a ser executado era árduo e por vezes pouco suportável. Eu adorava crianças! Mas conviver com crianças doentes e com a eminência de morte, foi um grande impacto em minha vida. Meu primeiro paciente, jamais o esquecerei, era um garotinho de 1 ano e meio. No primeiro contato, ele estava no colo da mãe com o rosto voltado para o dela. Naquele momento aquela mãe não via o que em poucos segundos eu iria ver, um rosto deformado por um tumor na retina esquerda, foi deste modo que aprendi o que era um "retinoblastoma" e quais as parcas chances de sobrevida daquele pequeno. A visão daquele rosto, um verdadeiro encontro com o real, me fez passar mal e querer sair correndo pelo corredor da Unidade para evitar minhas lágrimas. Não sei como me contive e iniciei uma longa conversa com aquela mãe. E assim se iniciou meu estágio, foi um ano de muito trabalho, estudo e paciência com todo aquele universo desconhecido para mim até então. Mas uma experiência que me trouxe lições para toda a vida. Naquela ocasião eu fazia parte de um grupo de estagiárias abençoado, pélolas de garotas, sempre dedicadas às crianças e seus familiares. Erámos um grupo de "meninas", se assim posso dizer, pois realmente assim parecíamos, mas firmemente decididas à trabalhar com crianças, estejam elas gravemente doentes ou não.
Quando eu chegava em casa exaurida de cansaço, queria compartilhar com alguém como havia sido meu dia de trabalho, mas ninguém em casa queria ouvir. Minha mãe, que sempre fora uma ouvinte fiel, já dizia: Não me conte nada triste, não quero saber dessas histórias de morte, de criança agonizando e com doenças em fase terminal!!!
Eu não tinha muito com quem compartilhar, a não ser com minha querida chefe e minha colegas estagiárias. Foi  exatamente nesse período que passei a rever meus conceitos, a pensar mais sobre a vida, meus objetivos e principalmente o que eu estava pretendendo fazer "naquele lugar". Não lembro quem, mas uma amiga me perguntou exatamente isso e eu não pensei ao responder: "Gosto delas e alguém tem que fazer alguma coisa!!! Falei isso por que inúmeras vezes me deparei com a seguinte cena: uma criança gravemente adoecida, sentindo dores lancinantes, passava a agonizar, a dar seus últimos suspiros de vida e todos que estavam ao seu redor subtamente desapareciam, os pais deseperados corriam para os corredores em prantos, as enfermeiras arrumavam algo mais urgente a fazer, as auxiliares do mesmo modo. Quem, então iria segurar firmemente naquela mãozinha até ela fechar seus olhinhos pela última vez?

Uma amiga me contou

A garota creceu acreditando que o amor um dia iria bater a sua porta. Para ela qualquer pessoa tinha o direito de amar e ser amado, era apenas uma questão de disposição para se doar ao outro. Não era tolhinha, sabia que nem sempre as coisas dariam certo na primeira ocasião, tinha que haver mais que empatia, cumplicidade, atração... acreditava na magia do amor. O tempo foi passado e ela não tinha pressa, afinal um dia sua hora iria chegar e então o amor iria bater a sua porta, a porta de seu pobre coração. Tadinha, tantas vezes se deixou levar por amores platônicos e sonhos impossíveis, se ela soubesse o tempo que desperdiçou com todos aqueles bobos, teria se dedicado mais a leitura, a escrita, as artes de um modo geral, já que esporte realmente nunca seria seu forte. Adolescente, se apaixomou diversas vezes, mas nunca engrenou um namoro de verdade, foi aí que ela começou a se desiludir com toda essa história, a ver que tudo o que pensava sobre amor e relacionamento eram perfeitos apenas nos livros, nos filmes e raramente na vida real.
Mulher, passou a acreditar que saberia lidar com o ímpeto de encontrar o amor de sua vida, não queria quebrar mais a cara, fato que lhe ocorreu muitas vezes. Não lhe é fácil lsobreviver a perdas, desavenças e mágos. Contudo, lá no fundo de sua alma ainda havia algo do desjo daquela criança encantada com o amor verdadeiro. Acredito que é por isso que ela não se cansa nunca até encontrá-lo.

AMANHÃ


Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã!
Redobrada a força
Prá cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã!

A luminosidade

Alheia a qualquer vontade

Há de imperar!

Há de imperar!

Amanhã!

Está toda a esperança

Por menor que pareça

Existe e é prá vicejar

Amanhã!

Apesar de hoje

Será a estrada que surge

Prá se trilhar

Amanhã!

Mesmo que uns não queiram

Será de outros que esperam

Ver o dia raiar
Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!





Saudade

Palavra muito comum de ouvir, de falar e escrever, mas um sentimento muito difícil de se descrever em sua essência. Aprecio alguns momentos de solidão, sem pessoas por perto, sem celular, TV ou nada que cesse meu momento de reflexão ou mesmo de descanso. Mas nesles não estou verdadeiramente só, trago sempre em pensamentos as pessoas com quem convivo, as de que me tiram do sério e as que amo tanto ao ponto agradecer à Deus por existirem. Há muito, tive de lidar com a distância física das pessoas que amo. A primeira vez foi em 1996, quando meu irmão optou por viver definitivamente à três mil quilometros distante daqui. Já se passaram quase quinze anos e ainda não consigo sanar minha saudade. Falo com ele com muita assiduidade, viajo todos os anos para estar com ele, minha cunhada e meu dois amados sobrinhos, Thi e Alê. Esses meninos são "os garotos da titia". Posso até dizer que me acostumei com a distância, com o fato de não estarmos sempre juntos no Natal, nos aniversários e etc, mas quando bate a saudade não consigo conter as lágrimas. Tanto que vou passar meu Carnaval com eles. Não vejo a hora de chegar lá e ver os meninos correrem numa felicidade imensa para abraçar a titia.


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