quinta-feira, 18 de março de 2010

Luiz, sinto muito!

Hoje soube do falecimento de um conhecido da minha família, na verdade ele era um rapaz que havia trabalhado na casa de minha avó materna durante a juventude. O conheci quando ainda era criança e desde essa época soubera do drama que a bebida transformara sua vida. Os anos foram passando, perdi minha avó com a idade bastante avançada, mas o rapaz nunca perdera o vínculo com aquela casa e a alguns membros da família que ainda moravam nela. Ao longo desses trinta anos o rapaz nunca desaparecera por completo, vez por outra vinha à casa de minha avó, para fazer algum tipo de serviço doméstico em troca de dinheiro, em diversas ocasiões se oferecia por qualquer valor, só para não deixar a família sem ter o que comer naquele dia. Por conta do alcoolismo, nunca conseguiu permanecer em nenhum emprego, às vezes nem minha avó, que sempre fora muito paciente, o tolerava quando chegava trôpego e com fala embolada, sempre se desculpando por mais um atraso e negando ter bebido. Ele era casado e tinha filhos, a esposa era uma pessoa boa e batalhadora, mas cansada de viver com a doença do marido. Ela demorou muito até decidir abandoná-lo e sumir com os filhos, acredito que ela devia ter se perguntado milhões de vezes para si mesma, de como alguém tão terno para com ela e os filhos, mas ao mesmo tempo tão fraco diante de um vício que lhe sorvia a vida.


Hoje me falavam da morte do Luiz e meu dia se entristeceu. O vi pela ultima vez há uns dois meses, estava bêbado, para variar, mas pedindo pelo amor de Deus por um prato de comida.

Luiz, que Deus te receba de braços bem abertos!!!

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