domingo, 7 de fevereiro de 2010

UM POUCO SOBRE O INÍCIO

Sempre fui encantada por crianças, poderia descrever inúmeros motivos que me levam a ser assim com elas, mas seria cansativo  para qualquer ouvinte. Quando me graduei em Psicologia ainda não tinha essa certeza de que realmente desejava trabalhar com crianças, mesmo já tendo iniciado essa experiência nos inúmeros estágios que fiz na área escolar (em escola regular e especial), além exercido através da Clínica-Escola. Após me formar psicóloga, fui morar fora e embarquei num projeto mais acadêmico, fui fazer especialização e pensava seguir funturamente com um mestrado e, quem sabe até doutorado, em Psicanálise. Essa certeza eu já tinha em mim, Psicanálise foi paixão à primeira vista. Mas... voltando ao tema de minha assunto e também de volta à minha terra, com nenhum daqueles planos acadêmicoc concretizados, fui convidada por uma amiga a participar de uma selação para trabalhar voluntariamente no HIAS com crianças com câncer. A carga horária era extensa, mas o trabalho a ser executado era árduo e por vezes pouco suportável. Eu adorava crianças! Mas conviver com crianças doentes e com a eminência de morte, foi um grande impacto em minha vida. Meu primeiro paciente, jamais o esquecerei, era um garotinho de 1 ano e meio. No primeiro contato, ele estava no colo da mãe com o rosto voltado para o dela. Naquele momento aquela mãe não via o que em poucos segundos eu iria ver, um rosto deformado por um tumor na retina esquerda, foi deste modo que aprendi o que era um "retinoblastoma" e quais as parcas chances de sobrevida daquele pequeno. A visão daquele rosto, um verdadeiro encontro com o real, me fez passar mal e querer sair correndo pelo corredor da Unidade para evitar minhas lágrimas. Não sei como me contive e iniciei uma longa conversa com aquela mãe. E assim se iniciou meu estágio, foi um ano de muito trabalho, estudo e paciência com todo aquele universo desconhecido para mim até então. Mas uma experiência que me trouxe lições para toda a vida. Naquela ocasião eu fazia parte de um grupo de estagiárias abençoado, pélolas de garotas, sempre dedicadas às crianças e seus familiares. Erámos um grupo de "meninas", se assim posso dizer, pois realmente assim parecíamos, mas firmemente decididas à trabalhar com crianças, estejam elas gravemente doentes ou não.
Quando eu chegava em casa exaurida de cansaço, queria compartilhar com alguém como havia sido meu dia de trabalho, mas ninguém em casa queria ouvir. Minha mãe, que sempre fora uma ouvinte fiel, já dizia: Não me conte nada triste, não quero saber dessas histórias de morte, de criança agonizando e com doenças em fase terminal!!!
Eu não tinha muito com quem compartilhar, a não ser com minha querida chefe e minha colegas estagiárias. Foi  exatamente nesse período que passei a rever meus conceitos, a pensar mais sobre a vida, meus objetivos e principalmente o que eu estava pretendendo fazer "naquele lugar". Não lembro quem, mas uma amiga me perguntou exatamente isso e eu não pensei ao responder: "Gosto delas e alguém tem que fazer alguma coisa!!! Falei isso por que inúmeras vezes me deparei com a seguinte cena: uma criança gravemente adoecida, sentindo dores lancinantes, passava a agonizar, a dar seus últimos suspiros de vida e todos que estavam ao seu redor subtamente desapareciam, os pais deseperados corriam para os corredores em prantos, as enfermeiras arrumavam algo mais urgente a fazer, as auxiliares do mesmo modo. Quem, então iria segurar firmemente naquela mãozinha até ela fechar seus olhinhos pela última vez?

Uma amiga me contou

A garota creceu acreditando que o amor um dia iria bater a sua porta. Para ela qualquer pessoa tinha o direito de amar e ser amado, era apenas uma questão de disposição para se doar ao outro. Não era tolhinha, sabia que nem sempre as coisas dariam certo na primeira ocasião, tinha que haver mais que empatia, cumplicidade, atração... acreditava na magia do amor. O tempo foi passado e ela não tinha pressa, afinal um dia sua hora iria chegar e então o amor iria bater a sua porta, a porta de seu pobre coração. Tadinha, tantas vezes se deixou levar por amores platônicos e sonhos impossíveis, se ela soubesse o tempo que desperdiçou com todos aqueles bobos, teria se dedicado mais a leitura, a escrita, as artes de um modo geral, já que esporte realmente nunca seria seu forte. Adolescente, se apaixomou diversas vezes, mas nunca engrenou um namoro de verdade, foi aí que ela começou a se desiludir com toda essa história, a ver que tudo o que pensava sobre amor e relacionamento eram perfeitos apenas nos livros, nos filmes e raramente na vida real.
Mulher, passou a acreditar que saberia lidar com o ímpeto de encontrar o amor de sua vida, não queria quebrar mais a cara, fato que lhe ocorreu muitas vezes. Não lhe é fácil lsobreviver a perdas, desavenças e mágos. Contudo, lá no fundo de sua alma ainda havia algo do desjo daquela criança encantada com o amor verdadeiro. Acredito que é por isso que ela não se cansa nunca até encontrá-lo.

AMANHÃ


Amanhã!
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã!
Redobrada a força
Prá cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã!
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã!

A luminosidade

Alheia a qualquer vontade

Há de imperar!

Há de imperar!

Amanhã!

Está toda a esperança

Por menor que pareça

Existe e é prá vicejar

Amanhã!

Apesar de hoje

Será a estrada que surge

Prá se trilhar

Amanhã!

Mesmo que uns não queiram

Será de outros que esperam

Ver o dia raiar
Amanhã!
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!
Será pleno!





Saudade

Palavra muito comum de ouvir, de falar e escrever, mas um sentimento muito difícil de se descrever em sua essência. Aprecio alguns momentos de solidão, sem pessoas por perto, sem celular, TV ou nada que cesse meu momento de reflexão ou mesmo de descanso. Mas nesles não estou verdadeiramente só, trago sempre em pensamentos as pessoas com quem convivo, as de que me tiram do sério e as que amo tanto ao ponto agradecer à Deus por existirem. Há muito, tive de lidar com a distância física das pessoas que amo. A primeira vez foi em 1996, quando meu irmão optou por viver definitivamente à três mil quilometros distante daqui. Já se passaram quase quinze anos e ainda não consigo sanar minha saudade. Falo com ele com muita assiduidade, viajo todos os anos para estar com ele, minha cunhada e meu dois amados sobrinhos, Thi e Alê. Esses meninos são "os garotos da titia". Posso até dizer que me acostumei com a distância, com o fato de não estarmos sempre juntos no Natal, nos aniversários e etc, mas quando bate a saudade não consigo conter as lágrimas. Tanto que vou passar meu Carnaval com eles. Não vejo a hora de chegar lá e ver os meninos correrem numa felicidade imensa para abraçar a titia.


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