segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Alice pode estar ao lado.

A leitura sempre foi uma de minhas paixões. Às vezes a tomo como passatempo prazeroso, outra como pesquisa de trabalho de temas que necessito me aprofundar. Não consigo ficar por muito tempo parada sem ter o que fazer em fila de banco, sala de espera de consultórios médicos, dentistas, salão de beleza, oficinas e longas viagens. Inquieta-me ficar a toa, sem ter que o que fazer e ouvir, sem querer, conversas desinteressantes ou esdrúxulas de terceiros que estão por perto. Por esses motivos, sempre ando com um livro na bolsa ou no carro para o caso de alguma “emergência”. E sabem de uma coisa? Esse vicio é bom de mais, não me traz reações adversas e não existe contra-indicações, a não ser que eu esteja sem meus óculos de grau.
Finalmente concluí a leitura do livro autobiográfico de “Hoje sou Alice: Nove personalidades, uma mente torturada” de Alice Jamieson. Digo finalmente por que eu resisti em terminá-lo e explico o motivo. O livro é fantástico, muito bem escrito, mas traz consigo temas muito difíceis de serem digeridos, tais como: abuso sexual e doença mental. Esses temas não estão distantes de minha experiência profissional. Quem me conhece sabe disso. Mas não perdi a sensibilidade inerente ao ser humano diante de atrocidades. Por isso recomendo a sua leitura, principalmente para aqueles que lidam constantemente com o sofrimento psíquico de outrem por ofício. E lembrem-se: existem milhões de pessoas que passam por histórias semelhantes, contudo nunca conseguem resignificá-las por não serem devidamente ouvidas em seus sofrimentos.

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