Estive com uma velha amiga neste fim de semana, como havia dois anos que não nos víamos perguntei como estava e ela me contou:
- Agora estou ótima. Passei por uma perda avassaladora, meu relacionamento acabou e eu achei que não iria aquentar viver sem ele, sem sua companhia, seu apoio, sem seu corpo, cheiro e blábláblá,... enfim, uma infinidade de coisas que só alguém enlouquecidamente dependente de outra podia acreditar precisar para viver. Passei meses tentando lidar com a derrota me ver em mais um fim de relacionamento, tive depressão, emagreci dez quilos, cortei as madeixas, pedi férias da família, dos amigos, do trabalho fui para o Egito. Nunca sonhei que iria tão longe sozinha, eu pensava que era injusto de mais amar tanto alguém e mesmo assim ser deixada para trás. Mesmo pensando absurdos sobre eu mesma e o futuro sem ele, não fui atrás, não pedi explicações, apenas sofri e chorei muito. Achei que era uma questão de tempo, afinal não era a primeira vez que passava aquilo, mas... PUTZ, de novo! A princípio falava da falta e da saudade doída na alma, mas decorrido algum tempo (meses), percebi que tais sentimentos eram puramente em decorrência da abstinência da droga que ele se tornou em minha vida. O problema não era ele, afinal fui eu que o escolhi, porém o modo como eu me inseria no “nós dois”, de como eu havia construído uma teoria ilusória sobre algo que não se sustentaria nunca.
Depois de ouvi-la atentamente, cheguei a conclusão que ela nunca estivera tão bem. Deve ter sido efeito do Egito, a visão do Nilo, da Esfinge, sei lá.